Ministro Crivella implanta rede de sanidade pesqueira e diz que MPA vai ajudar o Brasil a se tornar um grande produtor de pescado

Ministro Crivella implanta rede de sanidade pesqueira e diz que MPA vai ajudar o Brasil a se tornar um grande produtor de pescado


Os ministros Marcelo Crivella, da Pesca e Aquicultura (MPA), e Mendes Ribeiro (MAPA), formalizaram na tarde desta terça-feira, dia 8 de maio, em Brasília, a implantação do Programa Nacional de Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves (PNCMB). O programa vai garantir qualidade à produção nacional destes moluscos, tornando mais seguro às pessoas consumirem espécies como ostras, mexilhões e vieiras.


O ministro Crivella assinou também portarias que designam os laboratórios oficiais da Rede Nacional de Laboratórios do Ministério da Pesca e Aquicultura (RENAQUA), que irão controlar no território nacional a sanidade de peixes, crustáceos e moluscos. As duas ações devem promover, nos próximos anos, um grande impacto sobre o consumo e a produção de pescados no País, que terão incentivos para crescer. Os exames laboratoriais irão beneficiar os produtores de duas formas. Por um lado, medidas preventivas poderão ser tomadas antes que algum plantel de cultivo seja prejudicado por micro-organismos patogênicos e biotoxinas marinhas. Por outro, o mercado interno de pescado poderá ser aquecido pelo maior consumo e a certificação da qualidade poderá abrir a porta de mercados internacionais.


Mendes Ribeiro disse que os dois ministérios estão atendendo a um apelo da presidente Dilma, que solicitou um cuidado especial “com a qualidade dos produtos que chegam à mesa dos brasileiros”. Ele destacou que o Brasil, na área de pescado, tem “um colchão guardado de riqueza que, um dia, os brasileiros vão entender”.


Após elogiar o desempenho do MAPA para tornar o Brasil um dos maiores produtores mundiais de grãos e de carne, o ministro Marcelo Crivella salientou que a missão de seu ministério também é fundamental. “O MPA tem um futuro extraordinário para ajudar o País a produzir e exportar”, defendeu. Disse que o Brasil ainda vai colaborar, na área de pescado, para prover o mundo de alimentos. Ele reconheceu, porém, que o País, ainda “produz muito aquém de nossas possibilidades”. Afirmou que o ministério, que tem apenas três anos de existência, vai ajudar o Brasil a “cumprir esta vocação”, através de iniciativas como as tomadas na área de sanidade pesqueira.


Rede de laboratórios


Em uma curta apresentação, o secretário de Monitoramento e Controle do MPA, Américo Tunes, mostrou como irão operar o programa e a rede. No caso da RENAQUA, as atividades obedecerão às normas de qualidade ISO 17.025, aceitas internacionalmente. O laboratório central (AQUACEN – Saúde Animal) estará sediado na Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O laboratório da Universidade Estadual do Maranhão irá diagnosticar enfermidades de crustáceos. Dois laboratórios estarão sediados em Santa Catarina. Um situado em Joinville, da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola do Estado, para diagnóstico de enfermidades de animais aquáticos, e outro em Florianópolis, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, para análise de biotoxinas marinhas. Outros laboratórios públicos ou privados irão reforçar depois a rede, sobretudo nas regiões Centro-Oeste e Norte, neste caso considerando o potencial aquícola da região Amazônica.


O Secretário de Defesa Agropecuária do MAPA, Ênio Antônio Marques Pereira, presente à solenidade, destacou que as iniciativas do governo federal irão dar “ um suporte mais científico para os investimentos na aquicultura”. O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, destacou o potencial nacional para a produção aquícola. “O País tem 2.8 vezes mais água doce renovável do que a China, que produz 20 milhões de toneladas na piscicultura de água doce, enquanto ainda produzimos apenas 300 mil toneladas, então dá para ver claramente o nosso potencial.”, disse. E lembrou que ainda o Brasil conta com uma costa extensa e 2,5 milhões de hectares de águas estuarinas para produzir.


Compareceu ao evento ainda, entre outras autoridades e lideranças, o Secretário Executivo Átila Maia da Rocha; a reitora do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) Maria Clara Kaschny Schneider; a pró-reitora adjunta de Pesquisa da UFMG, professora Marisa Cotta Mancini, representando o Reitor da UFMG; a diretora do Centro de Ciência Agrária da Universidade Estadual do Maranhão, professora Francisca Neide, representando o reitor da UEMA; o presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina, Enori Barbieri; o empresário Luiz Valle, da Cavalo Marinho; e o conselheiro do Conselho Nacional de Pesca (CONAPE), Ajax Tavares, que representou a Organização das Cooperativas Brasileiras.


MPA

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