Pará – Ibama apreende mais de 7 toneladas de barbatanas de tubarão pescadas ilegalmente

Essa prática, além de cruel, está levando algumas espécies de tubarão, como o galha-branca, à extinção

O Ibama apreendeu 7,7 toneladas de barbatanas de tubarão –  a maior apreensão do produto já realizada no país – numa empresa de beneficiamento e exportação de pescado, nesta sexta-feira (04/05), no Distrito Industrial de Tapanã, em Belém, no Pará.

 

A exportadora, que enviaria as barbatanas para a China, foi embargada e multada em R$ 2,7 milhões por fazer funcionar atividade utilizadora de recursos ambientais em desacordo com as normas legais, beneficiar as barbatanas de tubarão sem comprovar sua origem legal e dificultar a fiscalização do órgão ambiental.

 

Diversas vezes autuada pelo Ibama, com passivo de mais de R$ 1 milhão em multas desde 2007, a empresa vinha operando como se comercializasse apenas bexigas natatórias desidratadas, um subproduto legal da pesca.

 

Ao vistoriar a empresa na manhã de hoje, porém, os fiscais encontraram em uma câmara escondida as toneladas de barbatanas ilegais.”As barbatanas obtidas por meio da pesca predatória também eram negociadas para o exterior e enviadas em meio à carga legal de bexigas”, explica o chefe da Divisão de Fauna e Pesca do Ibama no Pará, Leandro Aranha.

 

Como a exportadora não possuía os mapas de bordo dos barcos que pescaram os tubarões, cujas barbatanas estocava, e documentos que comprovassem a venda das carcaças dos animais, o Ibama acredita que houve a prática do finning nas capturas. “Essa prática, além de cruel, está levando algumas espécies de tubarão, como o galha-branca, à extinção”, afirma Aranha.

 

Proibido por uma portaria do Ibama, o finning ocorre quando o pescador corta apenas as barbatanas e descarta a carcaça do tubarão no mar. Muitas vezes o animal resiste à amputação e é jogado ainda vivo na água, mas não sobrevive. Pescadores praticam o finning por motivos econômicos, já que transportar um barco cheio de barbatanas, produto muito valorizado no mercado internacional, é mais lucrativo que ocupá-lo com o tubarão inteiro.

 

Nelson Feitosa
Ascom/Ibama/PA

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