Nutrição para peixes busca ingredientes alternativos

O objetivo é baratear o custo e reduzir impactos ambientais.

Entre os resultados apresentados na primeira rodada de avaliação do projeto Aquabrasil –realizada na manhã desta terça-feira, dia 1º de março, na Embrapa Pantanal, em Corumbá– estão as pesquisas que buscam ingredientes alternativos para a produção de ração para peixes.

A pesquisadora Roselany Corrêa, da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA), demonstrou que essas pesquisas vem sendo desenvolvidas em várias partes do Brasil. E os resultados surpreendem.

Do dendê à macaxeira, vários ingredientes alternativos estão em teste para a produção da ração. O objetivo é baratear o custo e reduzir impactos ambientais. “Em Belém as pesquisas utilizaram dendê, girassol, tucumã, farelo de coco, entre outros”, afirmou. O uso da macaxeira foi solicitado pelos próprios produtores, mas o estudo não está acabado, segundo Roselany.

Também foram feitas pesquisas utilizando farinha de manga, farelo de licuri, resíduos de maracujá e resíduos de frutos amazônicos para a produção de rações que servem ao tambaqui, uma das espécies estudadas pelo Aquabrasil.

A pesquisadora disse que é preciso refinar essas pesquisas todas e selecionar as melhores opções. Ela disse ainda que a Embrapa deve repassar os resultados aos fabricantes de ração, já que a produção pelos próprios piscicultores seria inviável.

“Podemos auxiliar os produtores familiares em sua organização e trabalhar junto aos órgãos responsáveis pela extensão rural, para que esse conhecimento chegue ao aquicultor”, afirmou.

SANIDADE

A pesquisadora Márcia Mayumi, da Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados (MS), apresentou resultados interessantes relacionados à sanidade. Segundo ela, é preciso desvincular a sanidade da ideia de doença, porque o que se busca é a saúde e a prevenção.

Márcia disse que as pesquisas em sanidade exigem um profissional próximo aos locais de experimentos. Por isso os estudos desta áreas estão bastante entrelaçados aos de manejo e de nutrição.

Segundo ela, o projeto componente de Sanidade (parte do projeto Aquabrasil) já conseguiu diagnosticar espécies diferentes de protozoários que podem causar doenças em peixes. “Há protozoários muito semelhantes, mas de espécies distintas. O tratamento e o controle, nestes casos, também são diferentes”, explicou.

Estudos sobre resistência de bactérias a antibióticos também estão em andamento. “Temos muitos desafios. Identificar os agentes não é tão simples”, disse ela.

Além dos estudos acadêmicos e científicos, o Aquabrasil está gerando informações práticas ligadas à sanidade. O folder “Como enviar peixes ao laboratório para diagnóstico de enfermidades” e a publicação “Principais parasitoses em tilápia cultivada em Santa Catarina” são apenas alguns exemplos de material acessível ao público.

O workshop de avaliação do projeto Aquabrasil – “Bases Tecnológicas para o Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura no Brasil” – termina na quarta, dia 2, com a apresentação de novas demandas para a pesquisa por parte da iniciativa privada. Toda a programação acontece no auditório da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Por e-mail
Ana Maio
Jornalista – Mtb 21.928
Área de Comunicação e Negócios-ACN
Embrapa Pantanal
Corumbá (MS)

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