Morte de peixes na Lagoa de Araruama

Duzentas toneladas de peixes mortos foram encontradas.
Pescadores culpam esgoto; autoridades dizem que problema é a chuva.

O presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão da Secretaria estadual do Ambiente, Luiz Firmino Martins, prometeu fazer uma audiência pública em São Pedro D’Aldeia, na Região dos Lagos, para discutir a mortandade de peixes na Lagoa de Araruama.

Segundo a colônia de pescadores, cerca de 200 toneladas de peixes mortos foram encontradas. Eles culpam o despejo de esgotos pela morte dos peixes e protestaram em frente à concessionária de tratamento.

Firmino afirma que o motivo da morte foi o excesso de chuva. Segundo ele, choveu nos últimos dois meses o esperado para um ano.

(A chuva) nos traz uma lavagem do solo, joga alimento na lagoa de novo, inclusive o esgoto, e esse alimento prolifera as algas. As algas competem pelo oxigênio da água e tendo essa diminuição de oxigênio e peixe agora deu um coquetel explosivo e a gente tem a mortandade.

Resultados

Além de discutir soluções para o problema, Firmino também promete demonstrar os resultados provocados pelas obras realizadas na região. De acordo com o Inea, o Canal Itajuru foi desassoreado e a Lagoa de Araruama foi despoluida, o que teria permitido a recuperação do espelho d’água e o retorno da vida marinha local.

Firmino afirmou ainda que uma draga deve voltar a operar no Canal Itajuru nesta terça-feira (27). O equipamento esteve em manutenção para atender a exigências da Capitania dos Portos.

Sem trabalho

Pescadores de São Pedro D’Aldeia estão sem trabalhar por causa da mortandade de peixes do último sábado (24). Em protesto, os pescadores jogaram peixes na RJ-106, que teve o trânsito interrompido.

Apesar das consequências para o ecossistema, o ambientalista Arnaldo Villa diz que ainda é possível recuperar a lagoa.

“Nós temos só 50% dos esgotos captados na região, mesmo em tempo seco. Precisa ampliar isso para 100% e novamente dragar o canal hidráulico para uma abertura e permitir maior renovação de água.”

Enquanto a lagoa não se recupera, a preocupação de quem vive da pesca é como manter a renda. Segundo a colônia de pescadores, 2 mil famílias dependem da atividade em São Pedro D’Aldeia.

A concessionária Pró-Lagos informou que o esgoto só é tratado com o tempo seco. Quando chove as comportas são abertas e os resíduos são liberados in natura. Segundo a concessionária, esse sistema foi aprovado há 7 anos por órgãos ambientais, pelo poder público e pelos próprios pescadores.

G1

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