Mortandade misteriosa de peixes no litoral do Paraná

Pescadores já encontraram pelo menos 100 toneladas, principalmente de sardinhas.

Levantamento feito pela Federação das Colônias de Pescadores do Paraná, em Paranaguá, no litoral do Estado, aponta que pelo menos 100 toneladas de peixes (sardinha, bagre e corvina) já apareceram mortas desde quinta-feira passada no litoral paranaense.

No domingo, técnicos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), colheram amostras para verificar a razão das mortes. O relatório será divulgado hoje.

O presidente da Federação das Colônias de Pescadores do Paraná, Edmir Manoel Ferreira, conta que, entre Paranaguá e Guaraqueçaba, pelo menos 2,8 mil pescadores dependem diariamente dos frutos do mar.

“Na quinta-feira começamos a perceber muito peixe morto. Só uma comunidade chegou a enterrar 15 toneladas. Estamos vivenciando uma situação muito triste no litoral”, relata.

Além de Paranaguá, Ferreira afirma que os peixes mortos estão começando a aparecer em outras cidades do litoral. “O peixe morto está indo para Antonina, Guaraqueçaba e Pontal do Paraná. Precisamos de uma solução urgente para isso”, alerta.

O capitão Edson Oliveira Ávila, coordenador regional da Defesa Civil do Paraná na região, acredita que existem três hipóteses para a morte dos peixes. “Vamos aguardar para saber o que aconteceu, mas as especulações apontam que os peixes podem ter morrido devido um desequilíbrio ambiental, descarte de um barco de pesca ou vazamento de produtos químicos”, diz.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a prefeitura de Paranaguá informou que a venda de frutos do mar está, por precaução, temporariamente suspensa na região.

“Não está proibido, mas orientamos que as pessoas não comprem ou consumam esses produtos para evitar qualquer problema. Não existe nenhum indício de que alguém tenha passado mal”, disse Ávila.

O assunto foi discutido ontem, em uma reunião envolvendo a prefeitura de Paranaguá, IAP, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e Defesa Civil do Paraná.

Questionado, o IAP afirmou que só irá se pronunciar hoje, após ter o resultado do laudo. As amostras foram encaminhadas para o Centro de Estudos do Mar (CEM), da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Renda

Toda a situação preocupa a comunidade de pescadores do litoral paranaense. “Peço para que as autoridades olhem para esses trabalhadores do mar. Não apenas em Paranaguá, mas em todo o nosso Estado. Quando acontece um desastre desse tipo quem sofre é o pescador. Não podemos deixar isso acontecer”, desabafa Ferreira.

Folha do Litoral

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