Centro de Piscicultura do Ceará aprofunda pesquisas e se torna referência nacional na reprodução do pirarucu

Um dos mais importantes centros de piscicultura do país. Um dos pioneiros nacionais na reprodução do pirarucu. Uma estrutura que tem potencial para abastecer toda a região Nordeste com uma das mais nobres e produtivas espécies de pescado. Todos esses atributos e credenciais estão reunidos em um só lugar, o Centro de Pesquisas em Aqüicultura Rodolph Von Ihering, em Pentecoste, no Ceará. A estação conta com apoio do Ministério da Pesca no Projeto Pirarucu, cujo objetivo é intensificar estudos sobre a reprodução do pirarucu e abastecer centros de piscicultura com peixes para reprodução e alevinos para produtores rurais.

Criado há pelo menos 60 anos, o centro de piscicultura de Pentecoste se tornou referência nacional na reprodução de espécies com alto poder produtivo, especialmente o pirarucu e a tilápia. O idealizador do centro, o pesquisador gaúcho Rodolph Ihering, viu no pirarucu o grande potencial para a melhoria da alimentação da população, bem como uma alternativa viável de renda para os produtores. Alguns fatores foram decisivos para que o pirarucu fosse o peixe escolhido para ser pesquisado. Primeiro a precocidade da espécie, que atinge 10 quilos em um ano.

Soma-se a isso o clima quente e a água apropriada e em abundância, especialmente nos inúmeros lagos construídos pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Denocs) para a perenização dos rios em todo o Nordeste.

Mas o centro de Pentecoste, gerido pelo (Denocs), já passou por fases críticas anos atrás. Duas situações são emblemáticas. Em uma ocasião, há cerca de dez anos, a direção nacional do órgão chegou a sugerir a eliminação de todos os peixes, como forma de cortar gastos. Em outra crise, os servidores do centro de piscicultura compravam do próprio bolso a ração para os peixes, evitando a mortandade de um material genético de alta qualidade. “A cada governo, mudava tudo, e abandonavam tudo aqui”, contam os servidores. “Mas hoje mudou. De uns anos para cá, a situação vem melhorando”, explicam.

Na visita ao local, na última quinta-feira, 06/05, o ministro da Pesca, Altemir Gregolin, viu de perto os avanços do centro em relação ao Projeto Pirarucu, que em 2004 e 2005 recebeu R$1,2 milhão do Ministério da Pesca para investimento em pesquisa, nutrição e reprodução da espécie. “Aqui está um exemplo de que o Brasil pode ser uma das grandes potências mundiais na produção do pescado”, destacou o ministro ao visitar a estação em Pentecoste. E foi além: “Este centro tem história, tem estrutura e merece mais apoio. Vamos apoiar, vamos investir, para que possamos aproveitar todo o potencial que temos aqui. Com isso vai ganhar o Ceará, vai ganhar todo o Nordeste”, projetou o ministro.

Atualmente o Centro Rodolph Von Ihering tem estudos aprofundados na reprodução, na alimentação, no manejo e na identificação do sexo dos peixes. Essas práticas garantem, por exemplo, maior índice alevinos vivos para o povoamento dos tanques e ganho de tempo para que os casais de pirarucus possam iniciar o período reprodutivo mais cedo. Mas devido à falta de recursos, a estação ainda trabalha com apenas 30% de sua capacidade de produção de alevinos de pirarucu. Investimentos em infraestrutura, equipamentos e contratação de técnicos em piscicultura são as demandas prioritárias. A direção do Denocs garantiu recursos para melhorias no centro. O Ministério da Pesca deverá fazer novos investimentos em equipamentos, especialmente aqueles necessários ao aprofundamento das pesquisas e identificação do sexo dos peixes, prática que agiliza o processo de reprodução do pirarucu.

MPA

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